sexta-feira, agosto 12, 2005

O Faz Tudo à porta da Portela



Por causa duma ida ao “médico” da sua carripana (sobre de calores), o Faz Tudo tem-se deslocado na carrocita da sua filhota, que simpaticamente lhe a emprestou.

Claro que se obriga a ir buscá-la ao estaminé, por volta das 15:30.

Este é lá para os lados da Portela, que tanto tem sido falada ultimamente!

É então que o Faz Tudo, enquanto espera, vê entrar naquele mundo as figuras mais díspares, quase sempre para embarcarem para qualquer outro ponto geográfico.

Para além duma típica maneira de vestir (super-casual: horrorosa!), nota nas pessoas um mal disfarçado nervoso miudinho!
Ou riem muito!
Ou mexem-se demasiado!
Ou estão com ar circunspecto!
Ou fumam desalmadamente enquanto não entram na gare!
Ou olham para o relógio de 15 em 15 segundos!
Ou dizem grandes adeuses!
Ou correm para agarrar um carrinho!
Ou dão uma choruda gorja ao tipo do táxi que os levou!
Ou dão grandes abraços e beijinhos aos que ficam!
Ou dá-lhes para lacrimejar!

E isto tudo rodeados de quinhentas malas e sacos e muitos gritinhos!

Há-os que vão de férias.
Há-os que vão em negócios.
Há-os que vão para os países de acolhimento.
Há-os que regressam às suas terreolas.

Ali à porta, o Faz Tudo observa, analisa, goza, mas deseja, em surdina, a todos uma boa viagem, quantas vezes com uma certa inveja!

A filhota chega e… toca a andar que o escritório espera e o patrão não gosta muito de atrasos.

Assim, o Faz Tudo passa um bocadinho destas tardes calorentas, numa análise psicossociológica divertida!

É uma experiência empolgante, numa qualquer estação de camionetas, aeroporto, ou gare ferroviária, assistir a todo o cerimonial, não só da partida, como dos afectos que se manifestam.

Experimentem um dia!
Vão enriquecer as vossas cabeças e almas!



3 comentários:

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Por lo que te he entendido, la observación estereoscópica es muy enriquecedora. Efectivamente, se aprende muchísimo observando todo lo qu ocurre a nuestro alededor. Yo también lo hago frecuentemente. Cuando viajo sola, en una gran ciudad y en los transportes públicos, en los aeropuertos, en las estaciones. El mejor espectáculo es mirar a la gente. Aconsejaría a los medio de difusión: prensa, radio y televisión que se olvidaran de los pelíticos y se fijaran en el hombre de la calle. La notica, SIEMPRE, está allí.

maria disse...

eheheh...
gostei especialmente dos "grandes adeuses"!
efectivamente, há locais estupendos para observar as formigas-cigarras que somos!

:)

axadresado disse...

acho que nao é preciso ir a lado nenhum, basta navegar pelo seu blog, que é um ensinamento, com uma analise profunda, cheia de humor á mistura e com uma visao uma filosofia fora de serie.
Além de ser uma aprendizagem constante,claro.
um abraço.
até já

Free counter and web stats