sábado, maio 28, 2005

O Faz Tudo e uma divagação (3)





Numa conhecida loja de livros, discos e afins, quando junto da prateleira da ficção portuguesa, ela passou e de soslaio, lhe sorriu!

Jamais tinha visto semelhante personagem!

Espantosa mulher, corpo de bela balzaquiana na sua plena força, olhos cor de mel, vestida casual, transmitindo um ar de serena felicidade!

Surpreso pelo sorriso e pelo sim, pelo não – não fora ter-se esquecido daquela cara – correspondeu-lhe!
No fundo pensou que duas pessoas naquele sítio, andariam com certeza em busca de coisas semelhantes.

Mergulhou de novo na busca de algo interessante para dar uma vista de olhos e consequente, compra ou não!
Volteando nos corredores, depara-se-lhe a mesma figura!

Aí já teve a certeza que nunca tal espécime lhe havia aparecido pela frente!
Simpática de aparência, voltaram a sorrir-se e daí a entabularem uma conversa de circunstância, foi um ápice!

Já li este, recomendo! Ouviu-a dizer.
Mais umas esfolheadelas, mais com os olhos na silhueta do que nos livros e a conversa continuou!

Convite para um café, aceite de imediato!

Estava na ordem do dia o futebol!
Ela verde!
Coincidência!

Passaram-se em revista os últimos volumes comprados. Não havia uma grande coincidência de gostos, mas tornou o prazer do café numa experiência frutífera, enriquecedora da alma e da cabeça!

De repente! Como um flash fortíssimo, duma potente lâmpada! surgiu-lhe na alucinação, um carro eléctrico!
Era ela! A que o “ouviu” um dia numa viagem pelas colinas de Lisboa, num amarelo da carris!

Repetiu-lhe, quase tintim por tintim, tudo aquilo que ele pensou da mulher ruana que lhe fazia companhia no "banco dos malucos", daquela carreira!

Riram-se, tirando partido das divagações que se fizeram na altura e desfrutaram do resto duma tarde inesquecível, onde a confidencialidade fez com que uma amizade, feita ao momento, se tornasse eterna e íntima!

Foi assim que o Faz Tudo, passou uma boa parte da tarde de um dia no futuro, sem constrangimentos, sem complexos, sem vaidades, sem utopias, apenas conversando e gozando o que o mundo nos vai oferecendo de mão beijada!

Basta estarmos atentos!
Ter o coração aberto!

Partiu com destino ao carro, que como tudo na vida, estava mesmo ali ao lado!

Está tudo tão perto!

A vida faz-nos andar com palas nos olhos, para só vermos para a frente...quando ao lado existe tudo!


Despediram-se, desejaram-se sorte e todas as outras coisas comuns a estas ocasiões!


Há dias que nos hão-de enriquecer!




PS:
Pode ser lido o post de 25 de Março do corrente, para enquadramento da história – “O Faz Tudo e outra divagação”

2 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

adorei. só a mim não acontece assim.tu mereces. bjs.

graziela disse...

o faz tudo tem sorte!
até amigos virtuais ele FAZ.
um abraço
graziela

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