segunda-feira, maio 09, 2005

O Faz Tudo e a gaita-de-foles


Às tantas da tarde, de hoje, telefonou o Jorge a desafiar para um cafezinho algures numa esplanada lá para os lados de Telheiras.
Convenceu-o facilmente!
A sua companhia sempre imperdível, apesar da sua hipocondria, também ela imperdível, faz com que o Faz Tudo corra!
Ainda o aliciou, como se isso fosse preciso, dizendo que estava um tipo a tocar gaita-de-foles!
Em chegando à referida esplanada, lá estava ele, já de conversa metida com três desconhecidos e uma gaita-de-foles.
-Esta malta é lá das nossas terras transmontanas!

Um deles era de Vila Real, outro de perto de Miranda, o terceiro já não me lembro.
E a gaita-de-foles em cima da mesa, como se por aquele tubinho bebesse uma cervejola!

Vieram recordações!

E aí lembraram de alguns típicos passeios que davam naquele tempo:
-A fanfarra do Regimento de Infantaria 13, que garbosamente tocava músicas de inspiração marcial, creio que ao Sábado.
-Os seminaristas que ao fim da tarde desfilavam, não debaixo de ordem unida, mas com ordem. Iam até trás do cemitério velho, davam a volta e regressavam.

Os presos:
Que naquele tempo e a troco de salário, construíram o palácio dos correios e creio que o próprio palácio da justiça, ao ar livre e sem drogas!

As festas dos velhos estudantes do liceu!
Era uma semana de folguedos, onde quase tudo valia!
As festas de S. Pedro, com as típicas loiças de barro preto, de Bisalhães, para partir! (um dia explico).

Os toques no sino da Sé anunciando, conforme o número de badaladas, a localização do incêndio ou desastre!

A pastelaria Gomes com os “covilhetes”, as “pitas”, as “cristas”!...
E a gaita-de-foles calada!
As conversas são como as cerejas, diz o povo!

O Faz Tudo teve de abandonar o convívio, pois a Mãe esperava-o.
Mas deu, para por momentos, estar menino (será que ainda não o é?), naquelas terras tão puras e genuinamente lusas.

Foi bom!
Não cheguei a ouvir a gaita-de-foles tocar!
Fica para uma próxima!

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